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O câncer infantil em geral desperta diversas dúvidas em pais, cuidadores e familiares. Confira a seguir alguns mitos e verdades comuns sobre o assunto.
1. Todo tratamento quimioterápico em crianças faz o cabelo cair?
Mito – Apesar de grande parte dos tratamentos quimioterápicos provocarem queda de cabelo, isso não ocorre necessariamente com todos os pacientes. A queda capilar depende do tipo de tumor e do medicamento utilizado. Doses mais intensas de quimioterapia costumam aumentar o risco desse efeito colateral.
2. A criança em tratamento oncológico não pode ir para a escola?
Mito – Nos períodos em que o paciente estiver clinicamente bem, é permitido frequentar a escola e até mesmo outros locais, como parques. No entanto, deve-se tomar cuidado redobrado quando houver casos de doenças na escola ou na classe do paciente, pois a imunidade da criança em tratamento oncológico é mais baixa.
Muitos pais acreditam que durante o tratamento devem manter os filhos em casa. Mas eles podem sair mantendo-se alguns cuidados, como por exemplo: evitar lugares fechados e aglomerados, como hipermercados e transporte público, devido ao maior risco de contrair alguma infecção.
3. Criança em tratamento quimioterápico não pode comer alimentos crus?
Verdade – Apesar de oferecerem maior concentração de nutrientes, os alimentos crus são mais propensos a conter microrganismos, aumentando o risco de infecções. Por isso, tais alimentos devem ser evitados. O nutricionista que acompanha o tratamento é o profissional ideal para indicar quais frutas e verduras podem ser consumidas. Também é importante evitar se alimentar em restaurantes, lanchonetes ou outros estabelecimentos, por não ser possível verificar a procedência e a higienização dos produtos.
4. Pacientes pediátricos em tratamento quimioterápico não podem frequentar praia e/ou piscinas?
Verdade – As águas do mar e da piscina são ambientes que oferecem alto risco de contaminação, devido à alta concentração de produtos químicos ou bactérias. Devido à queda na imunidade provocada pelo tratamento, os pacientes oncológicos devem evitar praias e piscinas.
A exposição à luz solar em excesso também pode trazer riscos. Caso uma criança em tratamento quimioterápico precise sair ao ar livre, recomenda-se escolher horários de sol mais ameno (antes das 10h e depois das 16h), o uso de protetor solar e permanecer preferencialmente na sombra.
5. Crianças em tratamento quimioterápico devem ficar longe do animal de estimação?
Mito – O animal não precisa ser retirado da residência de um paciente em tratamento. Porém, deve-se tomar uma série de cuidados para que o contato da criança com o bicho não ofereça risco de contaminação. O paciente não pode ter contato com os excrementos dos animais, tampouco deixá-lo dormir na mesma cama. Preservar-se de atos como lambidas no rosto, arranhões e mordidas também é importante.
6. O câncer infantil é somente de natureza hereditária?
Mito – Apesar do câncer infantil não estar diretamente associado a fatores como dieta e sedentarismo, não se determina a predisposição genética como o único fator de risco. Pelo contrário, menos de 10% dos pacientes pediátricos tem a hereditariedade como causa da doença. A razão para a maioria dos casos de câncer infantil ainda é desconhecida.
7. Mesmo após a alta do tratamento, o paciente pediátrico precisa continuar o acompanhamento médico ao longo da vida?
Verdade – O cuidado com o paciente pediátrico deve permanecer após a alta para avaliação de possíveis efeitos tardios decorrentes da terapia ou mesmo da possibilidade de recidiva da doença. Esse acompanhamento clínico busca assegurar melhor qualidade de vida para a criança e adolescente ao longo de sua vida.
Dra. Cecília Maria Lima da Costa – CRM 77799
Diretora do Departamento de Oncologia Pediátrica
fonte: https://www.accamargo.org.br/sobre-o-cancer/noticias/mitos-verdades-sobre-cancer-infantil